13 de jun. de 2021

Nosso mundo 1

À Ana,  o amor que me fez crescer. 

Já não sei o que pensar de ti. A história começa lá atrás,  e depois de hoje ainda não sei como acabou. 

Eras uma criança, mas a primeira vez que tive contacto com a tua rede social, tinhas a informação que tinhas 44 anos,  e uma filha.  Fui falar e tu respondeste.  És mulher,  igual a mim,  muitas mensagens tu devias de receber, mas resolveste me responder. Estava eu longe de imaginar o peso que terias na minha vida. Eu a pensar em foder, sem nem ter experiência de tal,  e tu já tinhas uma filha. Por tanto experiência não te faltava.

Em meio às conversas,  descubri que afinal tinhas 17. Boa surpresa, uma menininha,  novinha, eu tb ainda era novo,  tinha 28 nada de impossível. Combinamos o nosso primeiro encontro, numa qualquer manhã. Logo nesse dia deves ter percebido, como eu era tantan.  Levas-me para o meio da mata,  e a única coisa que fiz foi dar-te a mão.  Diferentes niveis de experiência. E a minha era nula.   Apesar da minha idade, eu nunca havia namorado, então para mim tudo era, e tinha de ser do jeito dos contos de fadas. Achava eu.

Como as coisas hoje poderiam ser diferentes,  mas ainda acho que não se deva banalizar o sexo.  Talvez o faças sem valorizares,  as ligações vibracinais, que delas germinam. Pareço um samaritano falando isto,  quando na verdade,  também só queria dar uma rapidinha. Mas naquele dia não tive o atrevimento, que ainda hoje não tenho.  Para me atrever a mais.  E tu, tu só querias te divertir na tenra idade,  e ficaste na tanga das palavras.

Mas sendo mulher, e sabendo eu hoje um pouco mais do que sabias. Certamente deves ter tido outros encontros.

Depois daquele dia,  vim para casa numa felicidade enorme,  podia eu começar a namorar finalmente, amar e ser correspondido, tu correspondias as minhas mensagens,  então certamente gostavas de mim.  Hoje pensando bem.  Talvez tenha sido diferente do que estavas acusmada.  E as nossas vibrações tenham sido mais profundas,  ainda hoje acredito nisso.  Mas como foges,  mentes,  fazes segredo,  e te escondes, o ciclo se repete.  Mas isso acontece com os dois. 

Fomos trocando longas promessas de amor, talvez exageradas tendonem conta as nossas ideias e desejos. Desde logo me falaste do sonho da escrita, as frazes que já não lembro, escritas num papel, que nunca mais vi. Aconteceu no nosso possível segundo encontro.  

Partilhei a minha alma contigo.  O corpo partilhei menos.  Mas da alma eu recolhia o teu corpo, para cuidar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário