26 de out. de 2021

O parque

Um parque de vidas distintas. Um parque com vidas simples, um parque com vidas complicadas. Elas se cruzam, sem nunca se tocarem. Eu aqui sentado, cruzo com varios seres brilhantes, sem aprender o que eles terão para me ensinar. O túnel da vida onde vivo, não permite enchergar a alma vagueante de quem me rodeia. Simplesmente vejo uma menina encostada numa arvore, com um capuz enfiado na cabeça, enquanto eu espero a hora de me ligarem, para me levantar daqui e ir embora. Ela um pequeno génio, eu um pequeno fazedor de genialidades, e inventivo. Nos cruzamos apenas nas pedras da calçada. Não fomos unidos nas nossas vidas, nem nas nossas almas, mas nos vimos e nos cruzamos. Eu me inspirei em ti, e me liguei à tua existência. Que escolhas te terão trazido aqui. Mas agora que vais lá longe, olho em redor, e mais seres incriveis, se cruzam neste parque. Grandes amantes da vida, justos, na igualdade de todos os direitos e deveres, de tudo o que é vivo, e respira.

10 de out. de 2021

Trivialidade do bloqueio

A inevitável perda de argumentação, e de encontro do interior profundo do nosso ser acontece, com a facilidade de simplesmente bloquear alguém que nos diz algo com que não concordamos. Enfiamo-nos dentro de uma bolha só nossa, onde apenas as nossas ideias e pensamentos fazem sentido neste mundo, deixando o aprendizado, e a descoberta da nossa identidade, para uma idade mais avançada. Terminou o debate, ou a troca de ideias, ou até mesmo a possibilidade de arrependimento do argumento errado, ou de intromissão de quem não era chamado ao assunto. Ou seja, não parece haver mais a aceitação da desculpa, nem lugar ao arrependimento. Errar certamente é um dos bens da humanidade, as leis que regem a integridade humana são diferentes das leis que regem o universo. Existe bom senso, do mesmo jeito que existe a falte de excrupulos. O universo permite a coesistencia de ambos na realidade humana. Nós, e apenas nós criamos leis, onde o mais forte decidio o que era bom senso e falta de excrupulos. Somos livres de fazer o bem e o mal. Somos seres com o ego, da capacidade de poder criar vida, e nos esquecemos, que não fomos nós quem criou as condições para a nossa existência. Voltando um pouco ao ponto onde estavamos. É este ego, que nos permite sentir o poder de aceitar ou bloquear quem quer que seja de nossas vidas. Ninguém se cruza no nosso caminho por acaso, se nos sentimos ofendidos com algo que alguém nos tenha dito. Devemos ser humildes de informar essa pessoa. E de a aceitar em nosso circulo com a maior das compaixões. Eu vivo no mesmo planeta que tu, na mesma era quebtu. Se tenho muito para aprender contigo, terei todo o gosto de partilhar o que sei contigo. Não vieste a este meu mundo para que eu te desprezar. Vies-te para nos cruzarmos. E felizmente, as nossas escolhas nos trouxeram aqui, aos olhos um do outro. Distantes por um punhado de terras, percorriveis em vida. Se escutares com atenção. O ruido do universo alcançará os teus ouvidos, e se tornará numa história sem fim, para a tua vida terrena.

2 de out. de 2021

Flores sorridentes

Tens uns olhos bonitos e sorridentes. gostava que não os transformasses em pedra. estão a ficar inexpressivos. desculpa o reparo. só fiquei triste, não gosto de ver flores murcharem em tempo de primavera, por falta de cuidado. 

O Menino Mágico

 Era uma vez uma menina que gostava muito de um rapazinho, este rapazinho era um colega de turma, que todas as noites actuava num bar, onde fazia truques de magia. A menina que ainda era menor, não podia entrar no bar sozinha, e os pais como trabalhavam muito, não tinham tempo para a levar. Mas um dia a menina insistiu tanto que a mãe vendo que a menina realmente queria ir ver a actuação do amigo, resolveu faltar ao trabalho, para poder acompanhar a menina. Nessa noite, a menina estava contente por ir assistir o espectáculo do seu colega, mas essa felicidade não durou muito tempo, porque quando a menina chega ao bar, repara que o artista presente em cima do palco não é o seu colega, mas sim um senhor de idade avançada, que cantava uma musica, de tom popular e tradicional. Contudo, a menina que já estava com ar triste e desiludido, resolve perguntar ao segurança do bar o que tinha acontecido, com o magico que todas as noites actuava no bar. O segurança informa a menina que na noite anterior havia aparecido um especialista em magia, que perguntou ao menino se gostaria de fazer o espectáculo, no grande teatro nacional. A menina de certa forma ficou contente com a noticia, pois sabia que actuar no teatro nacional, era o sonho de qualquer artista, mas a menina estava também triste pois esta seria a única oportunidade que ela tinha de ver o espectáculo de magia do seu colega. Certamente que sendo eles amigos, ela teria a facilidade de falar com ele e de lhe pedir para mostrar alguns dos truques de magia, só que esta não era uma amizade igual a todas as outras, pois sempre que a menina via o menino, ficava com medo e não lhe falava. O menino sempre falava com ela, mas ela nunca lhe dava resposta. O menino pensou até, que ela não gostava dele, e por causa disto, o menino já raramente tentava falar com ela. No dia seguinte quando a menina ia para escola deparou-se com o menino que estava a sua espera. A menina ao velo fica surpresa, pois nunca o tinha visto, no caminho para a escola. O menino aproxima-se e diz-lhe: - Eu soube que ontem estiveste lá no bar. A menina que nunca lhe falava sussurrou em voz baixa: - Sim fui… - Foi uma pena eu já lá não estar, não te pude mostrar os meus truques de magia. - Não foi só para te ver que fui ao bar! Mas sim, fiquei triste por já la não estares. - Mas olha…toma, guardei para ti. O menino tirou da bolsa três bilhetes para a sessão de teatro em que ele actuava. A menina olhou para ele com ternura e agradeceu. Imediatamente se puseram a andar para a escola pois já estavam a ficar atrasados. Nessa noite a menina mostrou os bilhetes aos pais e disse-lhes que havia sido o magico quem lhos tinha oferecido, e que a tinha convidado para assistir ao espectáculo. Os pais ao verem que a menina tinha ficado contente com a ideia de ir ao grande teatro nacional, assistir ao espectáculo, concordaram em acompanhar a menina. A menina quando chegou ao teatro levava um sorriso de orelha a orelha, e quando lá chegou ficou com um sorriso ainda maior, pois os bilhetes, eram para lugares em primeira fila. A menina estava radiante assistindo a todos os truques que o seu colega e amigo realizava. Truques mágicos em que ele fazia lenços saírem de dentro das mãos vazias, tirava coelhos e pombos de dentro de uma cartola, fazia pequenas varas transformarem.se em bonitas rosas, e diversos truques mágicos que deixava o publico espantado. No fim do espectáculo o menino chegou um pouco a frente e disse: - Agora para terminar esta noite de magia, vou precisar de uma ajudante – o menino olhou em redor, terminando com o seu olhar na direcção do lugar onde a menina estava sentada. – A menina importava-se de me acompanhar nesta viagem. A menina olhou em redor meio que envergonhada, olhou para o menino, e com o incentivo dos pais que já sabiam o que iria acontecer, a menina levantou-se. Toda a sala se levantou a aplaudir, pois quem quer que seja a pessoa que sobe num palco merece receber aplausos. A menina estava agora sobe o foco das luzes, e em voz baixa perguntou ao menino: - Porquê eu? - Porque tu és a princesa que eu quero no meu castelo encantado. – sussurrou o menino em voz baixa com um sorriso. Agora dirigindo-se para o publico em voz audível e firme disse: - Esta vai ser a primeira vez que vou exibir este truque e voz garanto que será um verdadeiro truque de magia. A menina olhou para o menino com ar preocupada com o que ele ia fazer, e fez-lhe um gesto como que a perguntar o que ele ia fazer. - Não te preocupes, depois verás. – sussurrou novamente o menino com um sorriso. O menino pegou na mão da menina e disse: - Pronta para a viagem? - Sim – respondeu a menina confiante. - Então fecha os olhos. O publico ficara tão espantado com o que acabara de assistir que aplaudiu furtivamente. A menina ao abrir ao olhos, expressou um sorriso de surpresa com o que estava a ver. Na sua frente estava o menino formosa-mente bem vestido, que parecia um príncipe, e á sua volta o que antes era um palco de teatro, estava rodiado de inumeras janelas, que ostentavam cortinas vermelhas de veludo. Belas pinturas ilustravam as paredes, e grandes castiçais caiam do tecto iluminando toda a sala. Admirada, a menina que tinha grande dificuldade em falar com o menino, sentia-se cheia de força e vontadepara comunicar e exprimir tudo o que nunca tinha dito, mas o menino olhou para ela, e com um simples olhar disse tudo sem proferir uma única palavra. O menino com todo o amor e carinho, segurou a mão da menina, e declarou pousando um joelho no chão: - Aceitas ser a princesa deste reino mágico? A menina oscilou a cabeça afirmativamente, e num tom de voz forte e decidida disse: - Sim. Passadas duas semanas realizou-se o casamento, onde o menino e menina se tornaram o principe e a princesa mais felizes do reino magico, onde viveram felizes para todo o sempre.