20 de jul. de 2022

Dia 6

 Uma longa aventura, espera por mim. 

Permito-me viver, causando dores, permiti-me viver, magoando, quem nada teve a ver com as minhas dores, olho para eles e penso, que tenho eu a ver que esteja em dor. Também já eu passei por essas dores e estou aqui, mas aí, vou ao meu mais infimo mote de vida, que é, não fazer aos outros o que me fazem a mim. E agora pensa. Não é o que tenho feito. Muito pelo contrário. Escondido, nas traseiras de uma reliquia dos tempos modernos, me vejo causando, o que mais tenho causado. Mas vou viajar em busca do tesouro, que os meus antepassados, não conseguiram. Ele foi fraco, foi um herói, mas foi fraco. Deixou a vida, dizer que estava na hora, e foi. Nem tentou resistir à dor,  não tentou fugir do relaxamento dos musculos que a morte causa. Não, foi sem lutar, e ainda estas bruxas, me dizem, que nada sabemos dele, nem delas. Sei. É fácil largar, é fácil causar dor, mas não é fácil enfrentar o fantasma da minha existência, o coração é cheio de pontos negros, a escuridão reina no coração. Se assim não fosse, toda a pele era transparente, e não opaca. Ele trabalha no meio da escuridão, preso, nas entranhas, rodiado, de outros órgãos que de luz nada sabem. Que de amor, nada percebem. Só os olhos vêem, e percebem o que é a luz, é deles que o coração precisa tirar as suas lições, é dos olhos que vêem, é das mãos que tocam, é dos ouvidos que escutam, do nariz, que inala odores, e os leva até aos pulmões, que do lado do coração trabalham, e dos paladares, que a boca sente, o coração só absorve na escuridão o que por aí entra e sai. Mas nada ele leva diretamente. Tudo lhe chega filtrado, por um expesso liquido marrom. Que ele espalha para todo o corpo. O órgão mais podre de sentidos, é o que nais nos magoa, quando dos sentidos, nada recolhemos.

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